domingo, 30 de junho de 2019

Literatura e Futebol - Avaí Futebol Clube

Estamos próximos da abertura do brasileirão 2019 e gostaria de saber se você é como a maioria dos brasileiros, apaixonado por futebol, ou é daqueles que não está nem aí para time nenhum. É daqueles que quando te perguntam qual o seu time você mais que depressa responde:  “-Sou Brasil”.
Independentemente de você ser ou não um apaixonado, vou te provar através de várias publicações, cada uma relacionada à um time da série A que disputará o campeonato brasileiro desse ano, que futebol combina sim com literatura. E hoje é dia de falar do leão da ilha, do time da raça, do querido Avaí Futebol Clube.
O Avaí nasceu no dia primeiro de setembro do ano de 1923 quando senhor Amadeu Horn, um famoso comerciante de Floripa, resolveu doar um kit completo de uniforme (na época chamado de ternos) com a camisetas listradas em azul e branco, e calções e meias azuis em homenagem ao Clube de Remo Riachuelo. Em uma reunião na própria casa do comerciante para fundar o novo clube, a princípio ficou definido que o nome seria Independência, mas um dos membros que chegara atrasado na reunião achou o nome muito grande para a torcida gritar e incentivar o time, até a torcida acabar de gritar independência o time adversário já teria empatado o jogo. Disse Arnaldo Pinto de oliveira na reunião. E ele foi além, como estava lendo um livro sobre a história do Brasil sugeriu o nome Avahy em homenagem a Batalha do Avahy. Nesse momento os participantes da reunião puxaram o coro gritando: Avahy, Avahy, Avahy!
Ficou conhecido como o Leão da Ilha na década de 50 Quando o Olímpio Sebastião Silva fez comparação na rádio Florianópolis da bravura do time a de um leão e assim chamou-o de Leão da Ilha.  
Bom, falamos um pouquinho do clube, mas o que faz a combinação com a literatura?
A literatura é a arte da palavra, é a arte de criar textos. E muitos desses gênios que se destacam na literatura são apaixonados por futebol e pelo seu clube de coração. E no caso no Avaí um desses apaixonados foi cantor, violinista, compositor e músico de referência internacional Luiz Henrique Rosa. Junto com João Gilberto, Tom Jobim e Vinício de Moraes foi um dos propulsores da Bossa Nova.
Luiz Henrique nasceu em Tubarão em 25 de novembro de 1938, e aos 11 anos mudou-se para Floripa, cidade que se apaixonou e cantou em seus versos até o ultimo dia de vida.
Mudou-se para a cidade maravilhosa em 1961 onde gravou seu primeiro disco. Teve a oportunidade de tocar ao lado de Elis Regina no Beco das Garrafas.
No auge da Bossa Nova em 1965, Luiz Henrique Rosa foi morar na cidade de Nova York e conviveu com grandes nomes da música por lá.  E lá ficou até 1971, quando bateu a saudade de Floripa então voltou para sua cidade e seu time de coração, o Avaí.
Era tão apaixonado por futebol e pelo seu clube que em 1971 compôs a música do hino do Leão da Ilha. Junto com Fernando Bastos, que fez a letra, foram para extinta Radio Jornal A Verdade de Florianópolis e apresentaram-na no programa “Zero Hora Esportiva”. Logo em seguida foi feita a primeira gravação do hino com 1.500 discos produzidos.
Infelizmente, Luiz Henrique Rosa nos deixou muito sedo, em 1985 com apenas 46 anos, vítima de um acidente de carro.
Esse torcedor ilustre gênio da composição teve mais de 200 canções na curta carreira de 25 anos.
Bem amigos, quem vai continuar dizendo que futebol, literatura e música  não se misturam? Estão tão misturadas como nosso tradicional arroz com feijão. E essa mistura perdurará enquanto houver corações literários apaixonados por futebol ou vise versa.
Publicado em 05 de abril de 2019 no blog do Recicla Leitores


“Vou torcer pro Leão ser campeão
Na Ressacada , meu caldeirão
E a Mancha canta
Insentivandoooo
É o Avai
No meu coraçããããão
Vou torcer pro Leão ser campeão
Na Ressacada , meu caldeirão
E a Mancha canta
Insentivandoooo
É o Avai
No meu coraçããããão”

Literatura e Futebol - Clube Atlético Mineiro


Estamos próximos da abertura do brasileirão 2019 e gostaria de saber se você é como a maioria dos brasileiros, apaixonado por futebol, ou é daqueles que não está nem aí para time nenhum. É daqueles que quando te perguntam qual o seu time você mais que depressa responde:  “-Sou Brasil”.
Independentemente de você ser ou não um apaixonado, vou te provar através de várias publicações, cada uma relacionada à um time da série A que disputará o campeonato brasileiro desse ano, que futebol combina sim com literatura. E hoje é dia de falar do Galo Doido, do alvinegro mineiro, do time impossível, do querido Clube Atlético Mineiro.
O Clube Atlético Mineiro nasceu na cidade Belo Horizonte em 25 de março de 1908 por um grupo de estudantes. Quase um ano depois, em 21 de março de 1909 disputou sua primeira partida oficial vencendo por 3 a 0 o Sport Club Foot-Ball e o primeiro gol da história do galo você, “-Sabe de Quem?”, como diria Luis Roberto em sua envolvente narração. Nada mais nada menos que Aníbal Machado. Isso mesmo meus amigos, anos depois ele se transformaria em um dos maiores escritores da literatura brasileira. Um craque na bola e na literatura. Mas antes de falar nele vamos continuar a falar um pouco mais do querido galo mineiro.
Em 30 de maio de 1929 o Atlético Mineiro inaugura o primeiro estádio de futebol de Minas Gerais, o Estádio Presidente Antônio Carlos, com capacidade para cinco meil pessoas. O estádio foi demolido em 1994 para construção do shopping Diamond Mall.
O galo, o mascote do clube, surgiu no finalzinho da década de 30 das mãos do chargista Fernando Pierucetti, o Mangabeira. 15 anos depois foi redesenhado. Porquê galo? O animal passa a imagem de raça e perseverança. Um galo de briga nunca se entrega e luta até a morte.  
Bom, falamos um pouquinho do clube, e já vimos que dentre todos os clubes o Atlético Mineiro é o que mais combina com literatura.  O primeiro gol da história foi marcado por um escritor jogador, ou um jogador escritor? Bom, vamos entender.
Magrelinho, de 14 anos de idade, Pingo era a grande esperança para aquele time recém-formado que enfrentava naquela tarde chuvosa de 1909 o Sport Club Foot-Ball, a primeira agremiação esportiva de Belo Horizonte. E o moleque não fez feio, meteu logo o primeiro gol da partida, o primeiro da história do galo e também o ultimo da carreira de jogador de futebol. O moleque de Sabará, queria jogar em outros gramados, e foi a luta, mas nunca esqueceu a sua paixão alvinegra. Pingo se transformou em Aníbal Monteiro Machado e logo ingressou na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, atualmente a FND (Faculdade Nacional de Direito), uma unidade da UFRJ. Apenas 8 anos depois da memorável partida, tornou-se professor de História Universal e crítico de artes plásticas no Diário de Minas, onde trabalhou com o poeta Carlos Drummond de Andrade, que se tornaria um amigo fiel.
Chegou a ser em 1924 promotor público de Minas e no Rio de Janeiro, mas sentia a vocação para área jurídica, então deixou a promotoria parta ser professor de literatura no Colégio Pedro II.
Eleito em 1945 presidente da Associação Brasileira de Escritores e foi responsável por organizar o 1º Congresso Brasileiro de Escritores.
Apesar de já atuar no meio literário bem jovem o seu primeiro livro de contos, “Vida Feliz”, publicou quando tinha 50 anos de idade. Nesse livro encontramos obras-primas do conto brasileiro como “A Morte da Porta Estandarte”.
Os contos “A Morte da Porta Estandarte”, “Tati, a garota”, “O Iniciado do Vento” e “Viagem aos seios de Duilia” ganharam versão para o cinema na década de 60. Manoel Carlos adaptou vários contos de sua obra para telenovela na TV Globo na década de 90.
Pingo, para nós futeboleiros ou Aníbal Machado para nós leitores, também deixou como herança para suas 6 filhas a paixão pelo galo mineiro. E uma delas em especial também foi uma craque nos gramados da literatura. Maria Clara Machado foi a camisa 10 da literatura infantil.  
Bem amigos, quem vai continuar dizendo que futebol e literatura são duas coisas que não se misturam? Estão tão misturadas como nosso tradicional arroz com feijão. E essa mistura perdurará enquanto houver corações literários apaixonados por futebol ou vise versa.
Publicado 05 de abril de 2019 no blog do Recicla Leitores.

“Atlético…
gostamos muito de vocêêê
A alegria de viver…
quando te vemos a vencer…
entidade…
venerada por milhõõões…
contagiando multidões…
de gerações a geraçõõões…
Sentimento…
de amor sincero ao alvinegro…
das alterosas sou mineiro…
minas gerais nosso TERREIRO…”


Literatura e Futebol - Botafogo Futebol e Regatas


Estamos próximos da abertura do brasileirão 2019 e gostaria de saber se você é como a maioria dos brasileiros, apaixonado por futebol, ou é daqueles que não está nem aí para time nenhum. É daqueles que quando te perguntam qual o seu time você mais que depressa responde:  “-Sou Brasil”.
Independentemente de você ser ou não um apaixonado, vou te provar através de várias publicações, cada uma relacionada à um time da série A que disputará o campeonato brasileiro desse ano, que futebol combina sim com literatura. E hoje é dia de falar da Estrela Solitária, do Alvinegro Carioca, do Glorioso, do Fogão do querido Botafogo Futebol e Regatas.
O Botafogo Futebol e regatas nasceu da fusão do Club de Regatas Botafogo, fundado em 1894 e Botafogo Football Club em 1904.
Não é à toa que é chamado de glorioso. Um clube da grandeza da história do Botafogo merece ser chamado assim. Em 1874, O Almirante Luiz Caldas fundava o Grupo de Regatas Botafogo, pois estava desgostoso com o antigo clube que defendia, Clube de Regatas Guanabarense. Em 1891, Luiz Caldas foi preso durante a Revolta Armada e veio a falecer 8 dias antes da fundação oficial do grupo de regatas batizado oficialmente como Club de Regatas Botafogo.
Naquele ano, ninguém segurava o Botafogo em regatas, Diva, a embarcação botafoguense virou lenda na Bahia de Guanabara. Foram 22 regatas vencidas, todas que disputou.
Em paralelo a isso, em 1904, no Largo dos Leões no bairro do Humaitá, surgia o Electro Club, um clube de futebol. A associação surgiu da ideia de dois amigos estudantes de 14 anos do Colégio Alfredo Gomes. Porém o nome Electro não durou muito, pois Dona Chiquitota, avó materna de um de Flávio, um dos amigos, e dona da casa onde acontecia a reunião, sugeriu a mudança do nome para Botafogo usando o seguinte argumento: “Ora, morando onde vocês moram, o clube só pode se chamar Botafogo”.   
A fusão entre os dois clubes, tornando o glorioso o que é hoje, aconteceu oficialmente em 8 de dezembro de 1942. A união veio depois de um triste acontecimento. Em junho do mesmo ano, os dois clubes disputavam uma partida de basquete pelo Campeonato Estadual. No intervalo da partida em que o Botafogo Futebol Clube ganhava de 23 a 21, Albano, jogador do BFC caiu em quadra vítima de e um ataque fulminante.  O corpo de Albano saiu de General Severiano e quando passou em frente ao Morisco, sede do Club de Regatas Botafogo, o então presidente Augusto Frederico Schimidt disse: “Comunico nesta hora a Albano que a sua última partida resultou numa nítida vitória. O tempo que resta do jogo interrompido os nossos jogadores não disputarão mais”. Em resposta à generosidade do adversário o presidente do Botafogo Football Club, Eduardo Góis Trindade, disse: “Nas disputas entre os nossos clubes só pode haver um vencedor, o Botafogo!” Schimidt então selou a fusão: “O que mais é preciso para que os nossos dois clubes sejam um só?”.  Assim nasceu o Botafogo Futebol e Regatas.
Bom, já falamos da fantástica história do Botafogo, mas onde entra a literatura? O que nosso glorioso tem em comum?
Tudo em comum, pois quem foi o responsável pela fusão entre os dois clubes homônimos trazendo o nascimento do fogão que conhecemos hoje? O importante poeta e escritor da segunda geração do modernismo brasileiro, Augusto Frederico Schimidt.  Apaixonado pelo clube, entre 1941 e 1942 foi o último presidente do Club de Regatas Botafogo.  
Seus principais livros são “O Galo Branco” (1948), “Estrela Solitária” (1940) e “Prelúdio a Revolução” (1964), escrito um ano antes do seu falecimento.
Em 1930, fundou a Livraria Católica, que mais tarde se tornaria Livraria Schimidt Editora onde foi responsável por lançar grandes autores como Graciliano Ramos, Raquel de Queirós, Vinicius de Moraes, Gilberto Freyre, Jorge Amado, dentre outros.
E não é só Schimidt que é gênio literário e apaixonado pelo botafogo. A lista é grande. O próprio Vinícius de Moraes lançado pela editora do amigo botafoguense era também apaixonado pela Estrela Solitária. Em um de seus poemas chamados “Olha Aqui, Mr. Buster” sita a sua paixão pelo botafogo. Vinicius dedica o poema a Mr. Buster, como ele mesmo coloca na introdução do poema:   
* Este poema é dedicado a um americano simpático, extrovertido e podre de rico, em cuja casa estive poucos dias antes de minha volta ao Brasil, depois de cinco anos de Los Angeles, EUA. Mr. Buster não podia compreender como é que eu, tendo ainda o direito de permanecer mais um ano na Califórnia, preferia, com grande prejuízo financeiro, voltar para a “Latin America”, como dizia ele. Eis aqui a explicação, que Mr. Buster certamente não receberá, a não ser que esteja morto e esse negócio de espiritismo funcione. 
“Olhe aqui, Mr. Buster: está muito certo Que o Sr. tenha um apartamento em Park Avenue e uma casa em Beverly Hills. Está muito certo que em seu apartamento de Park Avenue O Sr. tenha um caco de friso do Partenon, e no quintal de sua casa em Hollywood Um poço de petróleo trabalhando de dia para lhe dar dinheiro e de noite para lhe dar insônia Está muito certo que em ambas as residências O Sr. tenha geladeiras gigantescas capazes de conservar o seu preconceito racial Por muitos anos a vir, e vacuum-cleaners com mais chupo Que um beijo de Marilyn Monroe, e máquinas de lavar Capazes de apagar a mancha de seu desgosto de ter posto tanto dinheiro em vão na guerra da Coréia. Está certo que em sua mesa as torradas saltem nervosamente de torradeiras automáticas E suas portas se abram com célula fotelétrica. Está muito certo Que o Sr. tenha cinema em casa para os meninos verem filmes de mocinho Isto sem falar nos quatro aparelhos de televisão e na fabulosa hi-fi Com alto-falantes espalhados por todos os andares, inclusive nos banheiros. Está muito certo que a Sra. Buster seja citada uma vez por mês por Elsa Maxwell E tenha dois psiquiatras: um em Nova York, outro em Los Angeles, para as duas “estações” do ano. Está tudo muito certo, Mr. Buster – o Sr. ainda acabará governador do seu estado E sem dúvida presidente de muitas companhias de petróleo, aço e consciências enlatadas. Mas me diga uma coisa, Mr. Buster Me diga sinceramente uma coisa, Mr. Buster: O Sr. sabe lá o que é um choro de Pixinguinha? O Sr. sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no quintal? O Sr. sabe lá o que é torcer pelo Botafogo?” – Vinícius de Moraes
Um outro craque da literatura que não esconde sua paixão pelo Fogão é Luís Fernando Veríssimo que nunca perde a oportunidade de citar o Botafogo em suas crônicas.


“Temos uma maneira curiosa de declarar algumas das nossas predileções. Dizemos “sou Botafogo”, em vez de “torço pelo Botafogo”. ‘Torcer’ nos manteria distante do time preferido, na arquibancada, longe das botinadas do inimigo. ‘Ser’ significa nos identificarmos totalmente com nosso time, ser Botafogo da cabeça aos pés, padecer do que ele padece, vibrar quando ele vibra — enfim, descer da arquibancada.” – Luís Fernando Veríssimo.
E quem foi que disse que mulher não liga para futebol? E quem foi que disse que uma mulher e gênia na arte da escrita não liga para futebol? Sim, Clarisse Lispector gostava de futebol e era apaixonada pelo botafoguense. Vejam parte de uma crônica da escritora publicada no Jornal do Brasil em 30 de março de 1968.


“Deixe eu lhe contar minhas relações com futebol, que justificam o coitada do título. Sou Botafogo, o que já começa por ser um pequeno drama que não torno maior porque sempre procuro reter, como as rédeas de um cavalo, minha tendência ao excessivo. É o seguinte: não me é fácil tomar partido em futebol – mas como poderia eu me isentar a tal ponto da vida do Brasil? – porque tenho um filho Botafogo e outro Flamengo. E sinto que estou traindo o filho Flamengo. Embora a culpa não seja toda minha, e aí vem uma queixa contra meu filho: ele também era Botafogo, e sem mais nem menos, talvez só para agradar o pai, resolveu um dia passar para o Flamengo. Já então era tarde demais para eu resolver, mesmo com esforço, não ser de nenhum partido: eu tinha me dado toda ao Botafogo, inclusive dado a ele minha ignorância apaixonada por futebol. Digo “ignorância apaixonada” porque sinto que eu poderia vir um dia apaixonadamente a entender de futebol.” – Clarisse Lispector 
A lista de craques da literatura que torcem para o Botafogo não para por aí, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Rezende, Fernando Sabino, e muitos outros.
Bem amigos, quem vai continuar dizendo que futebol e literatura são duas coisas que não se misturam? Estão tão misturadas como nosso tradicional arroz com feijão. E essa mistura perdurará enquanto houver corações literários apaixonados por futebol ou vise versa.

“E ninguém cala
Esse nosso amor
E é por isso
Que eu canto assim
É por ti Fogo
Fogoôôô
Fogoôôô
Fogoôôô
Fogoôôô
Fogoôôô”


Publicado em 10 de abril de 2019 no blog do Recicla Leitores


Axé Iorubá

Você pode não ter comido ainda, mas certamente já ouviu a palavra acarajé. Assim como ouviu falar também em iemanjá, abadá, amuleto, entre outras palavras que foram incorporadas ao nosso vocabulário que são de origem africana. Essas palavras fazem parte do idioma Iorubá.
Iorubá, tem a sua origem na região sudoeste da África à 6 mil anos. Embora milenar, não tinha forma escrita antes do século XIX. A primeira gramática em iorubá foi publicada pelo Bispo anglicano, nigeriano, Samuel Ajayi Crowther em 1843.
Aqui no Brasil o idioma ganhou força através dos terreiros de Candomblé. O idioma é utilizado como ferramenta de liturgia nos terreiros.
Em setembro de 2018 o idioma iorubá  tornou-se  Patrimônio Imaterial do Estado do Rio de Janeiro.  Existe também uma proposta que está transitando em Brasília para inscrever o idioma no Inventário Nacional da Diversidade Linguística, junto ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 
Algumas universidades do Rio de Janeiro como a Unirio, UFF e URFJ possuem cursos de extensão do idioma. O Colégio Pedro II também oferece cursos aos interessados a aprender a cultura iorubá.
Em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, Mãe Márcia D´Oxum, tem um projeto muito bacana. Ela faz oficinas de leitura e contação de histórias em iorubá. Com isso, além de estimular a leitura também propaga a cultura e o idioma para as novas gerações.
Talvez a palavra em iorubá mais representativa na cultura nacional é axé.  Tentar explicar a força da palavra seria um pleonasmo, pois axé já significa vida, força, poder, energia.  Nas religiões afro-brasileiras é a energia e a força sagrada dos orixás.
Sendo no contexto religioso ou não, axé é uma saudação utilizada para desejar felicidade e boas energias.  Então não poderia terminar esse texto sem mandar minhas boas energias para o maravilhoso trabalho dessa sacerdotisa gonçalense  ativista na defesa dos povos de matriz africana e uma das responsável pelo fortalecimento da cultura afro-brasileira no Rio de Janeiro.
AXÉ MÃE MÁRCIA, AXÉ IORUBÁ!

Publicado 23 de abril de 2019 no blog do Recicla Leitores
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