terça-feira, 28 de abril de 2015

Estátua da Liberdade de Vila Kennedy


O bom de trabalhar com clientes de diferentes áreas de atuação é que temos o prazer de conhecer pessoas e lugares, e tanto pessoas quanto lugares têm uma história para contar. 


Hoje estive visitando um cliente em Campo Grande e no caminho passei por Vila Kennedy. Porque um lugar no Rio de Janeiro teria o sobrenome de um famoso presidente americano? 

Pois é, Vila Kennedy não é um bairro oficial do Rio de Janeiro é um pedacinho de Bangu. Foi criada com o nome de Vila Progresso em 1964 por Carlos Lacerda, na época governador, com o objetivo de ser a primeira comunidade planejada do Rio de Janeiro. Foi pra lá que foram os moradores da extinta favela do esqueleto no bairro do Maracanã, onde hoje esta localizada a UERJ.

Favela do Esqueleto onde hoje é a UERJ Maracanã
A Vila Progresso foi custeada com dinheiro do programa norte americano chamado Aliança para o Progresso (Alianza para el Progreso) do então presidente dos Estados Unidos Jonh Kennedy e tinha como objetivo promover o desenvolvimento econômico mediante a colaboração financeira em toda a América Latina a fim de não deixar aparecer um outro país com tendência aos ideais comunistas, como aconteceu com Cuba (revolução Cubana em 1959). Em 1963 um ano antes da Vila Progresso ser inaugurada, John Kennedy foi assassinado e para homenageá-lo a comunidade passou a se chamar Vila Kennedy. 

Curiosamente e para orgulho de quem mora em Vila Kennedy, um embaixador americano doou uma obra com valor histórico inestimável, trata-se de uma réplica da estatua da liberdade, localizada na Praça Miami que foi esculpida pelo próprio criador da estátua original americana o Frances Frédéric Auguste Bartholdi.

Como disse anteriormente todo lugar tem uma história e essa é a história de Vila Kennedy.

Estátua da Liberdade de Vila Kennedy de Frédéric Auguste Bartholdi
Texto Publicado em 13 de março de 2012 no Facebook.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Praça do Rink


     Interessante como as coisas mudam de nome ou ganham apelido conforme o decorrer da história.  

     Faça um teste perguntando a uma pessoa no centro de Niterói se  conhece a Praça General Gomes Carneiro. Tenho certeza que a maioria vai ficar com aquela cara de sei lá.

     Agora se  perguntar se conhece a Praça do Rink com certeza a maioria vai responder sem titubear.

     Em 1820, um ano depois da região da Banda D’Além (atual Niterói)  ganhar condição de vila( Vila Real da Praia Grande),  foi feito um plano de arruamento da cidade. O projeto foi o primeiro planejamento urbano de uma cidade brasileira. As ruas do centro da cidade foram dispostas de uma forma quadriculada que se mantém até hoje. Qual o motorista que nunca se viu dando voltas nas ruas do centro de Niterói tentando estacionar?

     No plano de arruamento constam duas grandes praças ou largos paralelos e equidistantes. Em um ficaria o Largo São João (atual Jardim São João) e o outro o Largo do Pelourinho (atual Praça do Rink). No Largo São João se construiria a igreja Matriz, Catedral São João Batista inaugurada em 1854 na presença do imperador D. Pedro II.

     D. Pedro II também  inaugurou em 1845 no Largo do Pelourinho o Chafariz da Memória. Uma maneira de homenagear a memória de seu avô, Dom João VI, frequentador da cidade que elevará a condição de vila. Com isso a praça passou também a ser conhecida como Largo da Memória.

     Foi apenas em 1913 que o nome “Rink” chegou para ficar. O Largo da Memória passou por uma nova urbanização e ganhou de presente um rink de patinação, uma prática bastante popular na época. E até hoje, mesmo destruído após várias décadas devido a uma reforma posterior, o nome ficou e ganhou força entre os niteroiense. E hoje quem trabalha no centro da cidade de Niterói e quer dar uma respirada, procura um banquinho em baixo de uma sombra e fica ali esperando a hora passar.

Texto publicado em 13 de fevereiro de 2014 no Blog do Vovozinho.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Que Horas São, São Gonçalo?

Um dia, um homem chamado Albert Einstein falou para o mundo que o tempo é relativo. E é mesmo! Dependendo da agitação do dia, notamos bem essa confirmação e a surpresa quase sempre vem com uma frase de espanto – “Hoje tempo voou!” ou “Essa hora não passa!”.
Seguindo esse raciocínio, podemos dizer que o tempo para os nossos antepassados passava lentamente. Comparando a nossa correria dos dias de hoje, onde corremos, corremos para na maioria das vezes não chegar a lugar nenhum. Quer felicidade maior do que pegar um bonde em Niterói e ver o tempo passar, apreciando a paisagem até a quadragésima parada? Só mesmo em uma época com tamanha calmaria, para que uma simples contagem das paradas do bonde viessem a dar o nome ao bairro Parada 40. Inimaginável, para uma época onde fazemos tudo ao mesmo tempo. Assobiar e chupar cana é questão de sobrevivência nos dias de hoje, exigindo das pessoas que façam mais e melhor em menos.
É no bairro Parada 40 que encontramos na Praça Ayrton Senna, um monumento que não existe em nenhum lugar do mundo. Um privilégio de gonçalense que a maioria não conhece. Por conta do famigerado corre-corre, não há tempo para apreciar, nem mesmo por cinco minutinhos.
Inaugurado em 30 de setembro de 1990, o monumento foi construído pelo escritor e artista plástico Décio Machado, com seus próprios recursos, em homenagem ao centenário da emancipação política e administrativa do município. É o único relógio de sol vertical com duas faces do mundo.
O relógio de sol foi uma das primeiras descobertas humanas, datando de 5.000 anos a.C pelos chineses. O relógio goncalense, com as suas duas faces, representam a cultura chinesa e Grécia antiga, e a outra a cultura Egípcia.
Por conta de depredação de uma minoria que não valoriza o patrimônio da cidade, foi preciso a restauração em dezembro de 2010, com reinauguração do monumento.
Então, meu amigo, independente do seu dia, sendo ele uma correria ou uma calmaria, tire um tempinho para valorizar a história e o patrimônio da sua cidade. Com paixão e respeito, faremos uma São Gonçalo melhor para todos.
A HORA É ESSA !!!
Que horas são, São Gonçalo?
Que horas são, São Gonçalo?
Texto publicado em 12 de dezembro de 2013 no Sim São Gonçalo.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Vai de biscoito Globo ?



Não sou de assistir TV, mas um programa em especial tenho o prazer em acompanhar. 

Não, não é o BBB, chama-se Trato Feito, e passa na History Channel todas as terças-feiras. O programa relata o dia a dia de uma loja de penhores em Las Vegas onde clientes trazem objetos antigos e alguns curiosos para serem avaliados, comprados ou penhorados pela loja. Rick, o dono da loja, costuma a dizer que tudo tem sua história e o seu preço.

Foi com essa frase na cabeça que tentava em vão tirar o lacre de proteção de um biscoito 
Globo, uma espécie de durex que acrescentaram recentemente ao biscoito, provavelmente exigido pela ANVISA. Impaciente, cheio de fome e cansado por mais um dia de trabalho não resisti e rasguei a embalagem de papel e imediatamente devorei aquele biscoito, a fome até passou, mas o carro precisava de uma boa aspirada pra tirar aquela farelada toda. Curioso, fui pesquisar sobre aquela iguaria carioca. 

Foi diretamente de Sampa que veio esse ícone carioca, quando três irmãos, Milton, Jaime e João Ponce no inicio de 1953 em virtude da separação dos pais, foram morar e ganhar a vida com o primo que possuía uma padaria no bairro do Ipiranga. Não tiveram dificuldades de aprender a fazer o biscoito que era vendido nas ruas da capital paulista. 

Em 1954 aproveitaram a grande quantidade de pessoas de um congresso eucarístico no Rio de Janeiro, venderam seus biscoitos na capital carioca. Tamanho foi o sucesso com os cariocas que os irmãos logo se plantaram aqui no Rio. O nome Globo foi por razão do contrato que fizeram com a padaria de mesmo nome no bairro de Botafogo. O mascote, aquele bonequinho da embalagem, foi inspirado num desenho do jornal O Globo, “O bonequinho viu”, a coluna de critica de cinema. Em 1955 os biscoitos já eram vendidos em mais sete padarias, além da padaria Globo. Só em 1963 a produção passou a ser feita em grande escala, após a sociedade com um português considerado o “rei do pão”. Hoje são fabricados cerca de 10 a 15 Mil biscoitos por dia. 

Assim que começa o expediente da fábrica na Rua do Senado, centenas de ambulantes já fazem fila para garantir o sustento da família, porem cada ambulante tem direito a apenas dois sacos de biscoitos, com isso a empresa garante que o seu produto seja vendido sempre fresquinho.

Bom voltando à frase do Rick, onde tudo tem sua história e seu preço, sabemos da história do biscoito Globo, mas e o preço? 

Três Reais em qualquer sinal ou engarrafamento.

Texto publicado em 20 de março de 2012 no Grupo Rio Antigo.

Confeitaria Colombo



Nada mudou desde a sua inauguração em 1894. A mais de 100 anos ali na Rua Gonçalves Dias, 32, Centro do Rio de Janeiro, a confeitaria Colombo mantém intacta a sua história. Patrimônio cultural e artístico do nosso país, foi construída sobre inspiração das confeitarias europeias pelos sócios Lebrão e Joaquim Meirelles e é considerado até os dias de hoje o mais elegante estabelecimento e de luxuosa decoração.


São quatro andares com três amplos salões decorados com oito espelhos bisotados, medindo 3 x 6 m de comprimento, todos emoldurados em jacarandá. Os espelhos foram trazidos da Bélgica, em navio, cada um pesando uma tonelada e meia. As bancadas são em mármore italiano e o mobiliário é sofisticado.Cinco cristaleiras abrigam grande variedade de doces e tortas, além de louças do princípio do século e taças de cristal bordadas a ouro. Coroando o teto, no quarto andar, uma clarabóia em mosaicos coloridos banha todo o restaurante com luz natural.
Foi um tradicional ponto de encontro de artistas e intelectuais, frequentado por Olavo Bilac, Rui Barbosa, Chiquinha Gonzaga, Villa Lobos, Virginia Lane, Getúlio Vargas, entre outros.

Texto publicado em 22 de março de 2012 no Grupo Rio Antigo.
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