Cruzeiro da Pedra da Coruja

Eu sei que a pressa nossa de cada dia nos faz deixar de contemplar lugares importantes para história da nossa cidade ou até mesmo da nossa própria história. Muitas vezes essa história esta ali debaixo do nosso nariz e não vemos.

Quer um exemplo? Ao passar pela Praça Zé Garoto no centro de São Gonçalo você já deve ter reparado uma cruz fixada na pedra, logo ali atrás do Hospital da mulher. Você sabe quanto aquela pedra e aquela cruz são importantes para história cidade de São Gonçalo?

Trata-se do “Cruzeiro da Pedra da Coruja”. A pedra tem esse nome devido ao formato visto pelos portugueses ao entrar no território de São Gonçalo pelo rio Imboassú, ela foi durante muito tempo um ponto de vigia da vila de São Gonçalo (atual Zé Garoto). Lá ficavam os sentinelas para vigiar possíveis invasores como os índios Tamoios e outros. A cruz foi uma iniciativa da educadora Estephania de Carvalho que com auxílio dos alunos do Colégio São Gonçalo construíram aquele marco histórico para cidade.

A Pedra da Coruja foi palco de um acontecimento que passou para história do Brasil e deixou perfurações até hoje vistas na encosta da pedra. A “Revolta da Cachaça” em 1660 fez com que o exército a mando do Governador-Geral do Rio abrisse fogo com balas de canhões por soldados postados na colina onde hoje é o ICEBEU, sim, o mesmo ICEBEU onde nos dias 1 e 2 desse mês ocorreu a São Gonçalo + 20. Os soldados atiraram balas de canhão na rocha para que talvez ela caísse sobre as casas abaixo.

A cruz e a pedra também fazem parte do brasão do município, atestando a fundação por cristãos da sesmaria e de sua ermida (futura igreja) de São Gonçalo.

Texto publicado em 10 de junho de 2012 no Grupo Rio Antigo.