quinta-feira, 5 de março de 2015

Castelinho da Penha


Deveria ter uns 8 anos de idade em uma de minhas consultas com meu pediatra e na sala de espera minha mãe me chamava atenção - “FICA QUIETO MENINO!”. Sempre fui uma criança levada, mas aquela visão que tinha olhando por aquela janela da sala de espera me fazia viajar. Acho que qualquer criança viajaria criando histórias de reis, rainhas e castelos. 
Nitidamente essa imagem não sai da minha cabeça, era um castelo abandonado construído com pedras cúbicas no melhor estilo Medieval. Construído na década de 40 por um comerciante local, ele ficava na esquina da Av. Brás de Pina com a Rua José Rucas, onde nasci e passei toda minha infância,  no largo da Penha.

Segundo o livro "Historias das Ruas do Rio" de Brasil Gerson, o castelinho foi construído para residência de Plínio de Oliveira (aquele que virou nome de rua). Também foi residência do Padre Ricardo (outro que virou rua) . Mais tarde um sobrinho chamado Mário Diogo deste Padre Ricardo também morou no castelinho. Este Mário Diogo foi o mesmo que fundou o extinto Penha F. C. .

Sabemos que ele foi parar nas mãos do governo, sendo utilizado pelo IAPC - Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários. O IAPC foi criado durante o Estado Novo de Getulio Vargas e, após 1945, expandiu suas áreas de atuação, passando principalmente a financiar projetos de habitação popular nas grandes cidades.


Como amante da história gostaria que aquele castelo estivesse ali no mesmo lugar, mas infelizmente hoje só resta alguns pedaços do muro e funciona um estacionamento desde a sua demolição em 1980.
Nesta foto da pra ver como o muro era bem cuidado, ve-se a torre e 2 pessoas na janela, alem de crianças na calçada. Foto provavelmente dos anos 40.
Esta foto da mesma época e rica em detalhes, ve-se a Igreja da Penha, na parte de baixo à esquerda nota-se os "portões" da Penha. A torre do castelo aparece bem definida

Texto publicado em 22 de março no Grupo Rio Antigo.

2 comentários:

  1. Eu me recordo desse castelinho, sempre que minha mãe me levava à visitar minha tia, passávamos por ele, me aguçada bastante a curiosidade, fiquei muito triste em saber da sua demolição.

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  2. Foi construído pelo meu bisavô, Arnaldo de Castro. Minha avó tem 94 anos e ainda é viva e muito lúcida. Sempre fala dele, e que se mudaram quando ele morreu, antes de terminar a piscina.

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