segunda-feira, 9 de março de 2015

MORRO DE MEDO DE SEXTA-FEIRA 13!




Confesso que a partir dos anos 90 a sexta-feira treze nunca mais foi à mesma pra mim. Pra mim e para todos os profissionais da minha área. Passei muito tempo temendo esta data, a ponto de não dormir direito na expectativa de como seria temida a minha sexta-feira.

Era uma sexta-feira treze de 1990, já tinha tomado o meu café e sentava na minha mesa em uma agência de seguros onde trabalhava alocado administrando uma rede de computadores de mais ou menos 150 usuários. Não era nem nove e meia da manhã e já pensava no chopinho com as gatinhas depois do expediente. Estava louco pra dar dezoito horas pra correr para abraço, mas minha viagem antecipada da noitada de sexta foi interrompida pelo tocar do telefone. Era o financeiro, mas logo o financeiro...- ”-Alex, meu sistema não entra” - ”-Sim senhor, já estou verificando”. Eu cá com meus botões, o que poderia estar ocorrendo essa hora da manhã com o sistema do financeiro? 

Como minha máquina estava ligada só foi preciso digitar o executável do programa, já que naquela época não tínhamos aquela telinha linda que o “papai” Bill Gates nos proporcionou com Windows pouco tempo depois. Assim que o sistema carregou notei uma lentidão incomum para um sistema com executável(arquivo) pequeno. Não demorou muito o sistema congelou e não me deixou mais trabalhar. Pronto, a partir dali minha sexta-feira estava comprometida. Não só a sexta, mas meu fim de semana todo. Quando olhei o tamanho do arquivo ele estava duas vezes maior. Não demorou muito os 150 usuários tocavam ininterruptamente para o meu telefone fazendo da minha mesa um verdadeiro Call Center de reclamações.

Minha tentativa de restaurar o backup do dia anterior foi em vão, pois assim que o programa era executado o arquivo era alterado e a saga continuava. As ferramentas de antivírus da época não detectavam, e agravava ainda mais o fato de não termos a velocidade de comunicação que temos hoje com a Internet. Foi apenas no domingo à tarde depois de vários telefonemas entre profissionais que sofria com o mesmo problema que voltamos à normalidade, quando tivemos acesso a uma ferramenta de antivírus que identificava e neutralizava o vírus. 

Tenho ou não tenho razão para não admirar essa data?

Mas porque com exceção do Zagalo e de alguns a humanidade morre de medo desta data? 

Bom, diferente do numero 12 que é considerado um numero completo( 12 meses no ano, 12 tribos de Israel, 12 apóstolos de Jesus ou 12 signos do Zodíaco) o 13 na numerologia é irregular e é sinal de infortúnio. A sexta-feira foi o dia em que Jesus foi crucificado e também é considerado um dia de azar. Somando o dia da semana de azar (sexta) com o número de azar (13) tem-se o mais azarado dos dias.

Essa superstição é relatada em muitas culturas muito antes de Cristo. Uma delas conta que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Há também quem acredite que convidar 13 pessoas para um jantar é uma desgraça, simplesmente porque os conjuntos de mesa são constituídos em regra geral, por 12 copos, 12 talheres e 12 pratos. Também tem aquela que contam que a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a frigadag, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada em bruxa. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas e o demônio, os 13 ficavam rogando pragas aos humanos. A superstição espalhou-se pela Europa e veio parar no Brasil.

MORRO DE MEDO DE SEXTA-FEIRA 13!

Texto publicado em 13 de abril de 2012 no Grupo Rio Antigo.

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