Hoje quando subimos o morro do corcovado e cultuamos a cidade maravilhosa nas sombras dos braços do redentor não imaginamos o propósito de D. Pedro I em abrir uma picada até o cume do morro. Esse morro até o século XVII era chamado de Pináculo da Tentação em alusão a um monte bíblico, foi rebatizado de Corcovado por lembrar uma corcunda. Com uma vista privilegiada da cidade, e o imperador vendo uma forma de proteger de invasores instalou um tipo de sinalizador que funcionava por meio de bandeiras, assim um vigia podia alertar sobre eventuais embarcações entrando no litoral e algum eventual ataque à capital. Para felicidade de todos nós cariocas o imperador não era de um todo “caxias”, também pensava em laser, daí mandou erguer no cume do morro em 1823 um belvedere coberto de sapé.
Passaram 50 anos e seu filho D. Pedro II também um apaixonado pelo lugar reformou o belvedere que passou a ser chamado de Chapéu do Sol. Em 1882 o imperador concedeu uma autorização para os engenheiros Francisco Pereira Passos e João Teixeira Soares construírem a primeira via férrea turística do País e a primeira a ser eletrificada.
O conselheiro Manuel Alves de Araujo quase com um ar de deboche, escreveu no despacho que criou a concessão para estrada de ferro: “- Estrada de Ferro para o Corcovado? Engraçado ! Deferido.”. O que ele não sabia, era que aquela estrada de ferro lançava oportunidade para a criação de um monumento que mais tarde seria considerado uma das 7 maravilhas do mundo moderno. E definitivamente o Mirante do Chapéu do Sol sairia de cena para nosso famoso cartão postal.
Texto publicado em 28 de junho de 2012 no Facebook.
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